Memórias
Minhas
origens
Como falar de nossas origens sem lembrar de nossos antepassados.
Desconsiderar isso é similar a atravessar um córrego sem utilizar um meio, como
uma ponte ou barco. Comigo, não há de ser distinto. Ambos antepassados, seja
por parte de meu pai ou minha mãe, vieram para o Brasil da Alemanha, embora de
regiões distintas. Vou em seguida transcrever brevemente, com base em informações obtidas até então, a saga das famílias
Kaiser e Kunz, das quais meus pais herdaram seus sobrenomes.
A complexidade de obter informações a respeito dos antepassados das
famílias é grande, visto que a preocupação com a preservação da história das
gerações passadas não foi algo considerado como primordial, principalmente na família Kaiser. Portanto, pode-se
observar que há uma preocupação crescente em se reconstruir os elos das famílias,
tecer a arvore genealógica. Chego a tal constatação devido à quantidade de
artigos e textos publicados na web, que tentam identificar suas origens.
FAMÍLIA KAISER
A família de meu pai, Luiz Kaiser, até onde tenho informações, remete ao
meu bisavô, Francisco Kaiser, que acompanhado de sua esposa, Fredolina (não
sabemos a escrita do sobrenome de origem, pronuncia-se Hemin), saiu de Venâncio
Aires, no estado do Rio Grande do Sul, certamente próximo a 1925, para ocupação
de áreas de terras em Três Passos, no mesmo estado. Buscando a informação sobre
o que motivou o deslocamento para o noroeste, meus tios não souberam indicar a
motivação para tal decisão. Também não sei se meu avô nasceu em Venâncio Aires,
ou em Três Passos. A falta de informações é um agravante na família, pois não
há uma preocupação sobre preservar a história dos antepassados, ou seja,
ninguém se faz as perguntas: “De onde eu
vim? Porque estamos aqui, neste lugar? Eu sou resultado de que?” Isso
dificulta em muito a minha visão sobre o passado dos Kaiser. Bom, mesmo assim,
dar-se-á seqüência ao texto, com as informações que tenho.
A família de meu avô, composta por Edgar Kaiser e esposa Hilda Stefller
Kaiser, adquiriu uma área de terras nas proximidades do Rio Reúno, no então
município de Criciumal, na localidade de Sanga Freitas, que atualmente pertence
ao município de Humaitá. Estavam dentre os primeiros colonos a ocupar a região,
que munidos de machados e outros utensílios, derrubavam a mata virgem
preparando-a para o plantio. A atividade agrícola já era realizada pelos pais
do meu avô, em Venâncio Aires/RS. Conforme previsto por diversos autores, as famílias dos imigrantes alemães eram por deveras numerosas,
estimuladas sobre tudo pela pressão nas localidades, e pela
necessidade de mão de obra nas propriedades. Não há relatos sobre a utilização
de trabalho escravo. Por conseguinte, meu pai (Luiz) e seus irmãos não tiveram
incentivos para estudar, visto que ambos concluíram apenas as séries iniciais.
Eram destinados e preparados para o trabalho braçal nas propriedades.
Eis os filhos frutos do enlace de Edgar Kaiser e Hilda Steffler: João,
Antonio, Maria, Luiz, Lurdes, Reni, Alberto, Daniel e Arlindo. Destes,
atualmente, todos estão vivos e casados.
FAMÍLIA KUNZ
Já para a história da família de minha mãe, Marlene Kunz Kaiser, eu
consegui obter mais informações. Recentemente, em visita ao irmão do meu avô,
Frei Lino, eu, meu irmão Roberto, e meu tio André, obtivemos informações sobre nosso
ancestral que veio da Alemanha. Inicialmente obtivemos informações através de
um recorte de jornal de Nova Santa Clara, relatando trechos de um diário
escrito pelo tataravô de minha mãe, Anton Kunz e sua família, sobre sua saída
no Rio Reno, na Alemanha, e a travessia de navio até o Brasil. Inicialmente
aportaram em Recife, e em seguida chegaram ao porto de Rio Grande.
Nosso ancestral que chegou da Alemanha foi Anton Kunz, que chegou ao
Brasil com sua esposa e dois filhos, Peter e Philiph. Inicialmente, a família
se instalou em Dois Irmãos/RS, não sabemos onde precisamente. Posteriormente,
Philiph se transferiu para a localidade de Santa Clara, nas proximidades de
Lajeado/RS. Não sabemos a motivação do deslocamento para essa região, mas pode
estar ligada a acessibilidade (preço baixo).
Em meados da déc de 50, séc XIX, meu avô materno, João Francisco Kunz,
minha avó materna, Elza Teresa Dick Kunz, acompanhados de seus filhos, Hilário
e Hedi, saíram da (então) localidade de Santa Clara, em Lajeado/RS, para ocupação
de uma área de terras adquirida em Boa Vista do Buricá, então pertencente à
cidade de Três de Maio/RS. Segundo relatos de minha
tia, que estava junto, essa viagem de aproximados 350 km levou aproximadamente sete
dias. Não sabemos o que motivou a transferência de uma região para outra, mas
provavelmente deve estar ligada a facilidade de acesso a terra, ou seja, preços
acessíveis para compra. Eles não foram pioneiros na localidade, pois já estavam
ali estabelecidos outros colonos alemães. Segundo relatos do irmão de meu avô
materno, quando a terra foi adquirida, havia nas terras um galpão já
construído, que serviu de moradia no inicio. Posteriormente ele veio a ser
derrubado, e as madeiras foram utilizadas para construir o estábulo. Para
grande parte das terras houve necessidade de derrubada da mata virgem para
preparar a terra para o plantio. A atividade agrícola também já era realizada
pelos pais do meu avô materno.
Tal como descrito anteriormente, a família de
meu avô materno também foi numerosa, provavelmente pelos mesmos motivos que
explicitei no caso da família Kaiser. Também não há relatos sobre a utilização
de trabalho escravo nas propriedades. A realização das tarefas na propriedade
ficava a cargo da própria família, sendo que conseqüentemente os incentivos
para estudar eram poucos, visto que todos os filhos concluíram apenas as séries
iniciais.
Eis os filhos frutos do enlace de João Francisco
Kunz e Elza Teresa Dick Kunz: Hilário, Hedi, Valmor, Nilo, Lucila, Iracema,
Cinha, Darci, Marlene, André.
Considerações Finais
Diante de minhas indagações: "De onde eu
vim? Porque estamos aqui, neste lugar? Eu sou resultado de que?", darei seguimento a pesquisa genealógica das familias, buscando entender seus deslocamentos, as migrações, de meus antepassados a contas desde os primeiros que chegaram ao Brasil até hoje. Saliento que este documento é apenas uma breve e superficial expressão.
Rodrigo Kaiser
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Estimado Rodrigo !
ResponderExcluirParabéns pelo teu Blog. São raras as pessoas nascidas nos anos 80 que tem interesse pela genealogia. Nós, pesquisadores da matéria, costumamos afirmar: Quem não sabe de onde vem, terá dificuldades maiores para saber onde vai (ou quer/deve ir).
Sugiro visita ao site http://www.myheritage.com.br/site-109895324/kayser para teres maiores e mais precisas informações acerca dos teus antepassados.
Foi um grande prazer.
Grande abraço,
Carlos Gilberto Kayser
Olá,
ResponderExcluirGostaria de saber mais sobre os Kunz.
Poderíamos trocar uma ideia?
Meu e-mail: rozane.kunz@gmail.com
Obrigada.