terça-feira, 9 de outubro de 2012

História e origem do sobrenome Kayser/Kaiser/Keiser/Kaizer



De Carlos Gilberto Kayser

História do sobrenome KAISER

Nomes distintos como os nascidos da família Kayser têm sido registrados na Alemanha e em outras regiões da Europa desde a era medieval. Sobrenomes alemães são facilmente encontrados na Suíça, Áustria, Luxemburgo e Alsácia-Lorena, bem como na própria Alemanha. Além do mais, existem outras regiões européias onde sobrenomes alemães ocorrem como resultado de circunstâncias históricas específicas. Entre essas áreas está Siebenbürgen (Sete Castelos), um território na região da Transilvânia, localizado entre as fronteiras da Romênia. Lá por 1150, um grande número de colonizadores da região de Mosel foi assentado nesta área, onde foram identificados pelos nativos como “saxões”, termo geralmente aplicado a pessoas da região dos Bálcãs. Por curiosidade, isso aconteceu um século antes da fundação de Berlim. Na realidade, ancestrais da ilustre família Kayser não viram o documento de fundação da cidade de Berlim até o ano de 1244, muitos anos depois que sua cidade-irmã, Colônia, conheceu. As duas cidades foram estabelecidas por razões geográficas e mercadológicas, já que elas comandavam uma rota natural de comércio de leste a oeste sobre o rio Spree, tanto quanto cidades no Reno comandavam a rota de norte a sul, com ambos os rios servindo pessoas, incluindo os honoráveis antepassados da família Kayser.
Sobrenomes alemães podem também ser encontrados na Rússia e na Ucrânia, enquanto que, curiosamente, nomes eslavos também são freqüentemente documentados na Alemanha, particularmente na Alemanha Ocidental. Seguindo as invasões mongóis do século XIII, as autoridades russas e ucranianas recrutavam comerciantes e artesãos alemães, os quais devem ter contado com um ou dois membros da linhagem dos Kayser para revitalizar cidades que haviam sido devastadas pelos invasores mongóis.
No século XVIII, por convite da Imperatriz russa Catarina, a Grande, colonizadores alemães se estabeleceram em terras férteis na região do rio Volga, a oeste das montanhas Urais, e talvez alguns membros aventureiros da família Kayser estivessem incluídos entre eles. Esses “Alemães Volga” foram, eventualmente, contados em 700 mil pessoas e um grande número significante permaneceu na Rússia. Curiosamente, a mãe de Vladimir Ilyich Ulyannov (Lênin), foi uma alemã do Volga.
Enquanto que alguns alemães que residiam na Rússia e na Ucrânia aprenderam a língua local e adotaram alguns costumes eslavos, muitos continuaram a “ser alemães”, morando em cidades onde o nome e a língua oficial era alemã, muitas vezes sob o sistema legal conhecido por “Lei de Magdeburg”, cujo nome foi obtido da cidade alemã de Magdeburg. Já no século XII, alemães aventureiros, comerciantes e missionários eram muito ativos na região do Báltico, e as influências alemãs se refletem em alguns sobrenomes encontrados na Lalvia, Lituânia e Estônia, nomes que foram há muito tempo estabelecidos nestas regiões. Por isso, na época em que os sobrenomes foram se desenvolvendo, a cultura e a língua alemã foram difundidas por toda a Europa.

Origem do sobrenome Kayser

Durante a Idade Média, com o crescimento do comércio, a necessidade de documentos e registros precisos estava aumentando. Estava tornando-se necessário identificar cada pessoa por outro nome, um sobrenome, uma vez que muitas pessoas tinham o mesmo nome. Apelidos eram muito comuns na Europa Medieval, e eram freqüentemente adotados por seus portadores como um sobrenome. Com relação ao sobrenome Kayser, pesquisas indicam duas explicações, podendo ser uma variante de sobrenomes alemães Kaiser e Keiser. Em primeiro lugar, este nome pode se originar de um apelido, pertencendo à categoria de nomes baseado em características pessoais ou físicas do portador. Neste caso, o sobrenome Kayser é derivado do latim “César”, especialmente de Júlio César, o general e ditador, e mais tarde de todos os imperadores. Os numerosos festivais de.... importância, em contrapartida à monótona vida das pessoas nas cidades e vilarejos, levava os atores que desempenhavam sempre o mesmo papel por anos a serem apelidados após o final das apresentações. Sendo assim, por exemplo, o nome que indicava uma linhagem para quem desempenhou o “rei” ou “imperador” (César=Kaiser). Os sobrenomes Kayser e Keyser são derivados de Kaiser, e são freqüentemente simplificados em Kyser e Kiser. Essas alcunhas podiam também denotar algumas verdadeiras ou assumidas qualidades reais dos portadores.
Em segundo lugar, o sobrenome Kayser é considerado como “nome-de-casa”, visto que, na época medieval, muitas pessoas não sabiam ler ou escrever e hospedarias penduravam em suas fachadas sinais que indicavam animais favoritos ou símbolos a fim de fazerem com que seus estabelecimentos fossem mais facilmente identificados. As pessoas que residiam próximas a esses sinais ou animais muitas vezes tornavam-se conhecidas como tais. Aqui, a referência é feita a este “nome-de-casa” nos registros datados de 1320, descrevendo “ein domus dieta zume Kaiser”.
Registros destes sobrenomes datam do século XIII. A “Furstenbergisches Urkundenbuch” lista um Wilhelmus conhecido como Kaiser sendo um cidadão de Hayingen em 1271. O mesmo documento cita Albertus Kaiser (ou Keiser) listado como sendo fazendeiro em 1273. Jacob Keyser de Stryegau, residente em Worms, foi mencionado em documentos de Hesse, no ano de 1279. Josef Kayser, que era prefeito aposentado de Islau, foi condecorado com a nobreza austríaca em Viena, no dia 3 de fevereiro de 1796. Um dos mais notáveis portadores do sobrenome foi Georg Kaiser (1878-1945), um dramaturgo alemão, nascido em Magdenburg, que foi conhecido como o “Teatrólogo do Expressionismo”, porque seu estilo era análogo ao Expressionismo na arte.
 Enquanto que muitas famílias na Alemanha, que portam armas em suas roupas são descendentes da nobreza e de cavaleiros, muitas outras promovem seus ancestrais a cidadãos, cujos brasões surgiram como desenhos nos selos dos anéis que eles usavam para autenticar documentos ou nos sinais que identificavam seus locais de negócios. A Alemanha medieval foi local de muitas e ferozmente independentes cidades, onde as classes dominantes compreendiam ricos mercadores e profissionais. Atualmente aqueles que têm o histórico sobrenome Kayser contam entre seus predecessores ambos membros da nobreza e membros da classe cidadã. O que é certamente verdade é que todos os afortunados que possuem o sobrenome Kayser podem se sentir orgulhosos, sabendo que seu local de nascimento foi num país rico de história e cultura.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

A vinda da Família Steffler para o Brasil - por Lúcia Steffler


 

A vinda da Família Steffler para o Brasil

 

De Lúcia Steffler

 



Era o ano de 1846. Desembarcaram do navio, em São Leopoldo, passando por Hamburgo Velho, e fixando-se em Café Gnitz, mais tarde chamada de Picada Café, hoje Município de mesmo nome, na localidade de Morro Boch-RS.

A foto da Família de CRISTIANO STEFFLER II e CATARINA HENZ
Local: Picada Arroio do Meio
Ano: + - 1900



Em pé atrás (esquerda para a direita): Leopoldo, Floriano, Benjamin, Leopoldina (c/filho no colo, ao lado do marido João Dresch), Italina (toda de branco). Na frente (esquerda para a direita):  Alfredo (sentado – meu avô), Catarina (em pé, de branco, ao lado da mãe), Catarina Henz Steffler (minha Bisa), Ernesto (no colo da mãe Catarina), Lúcia (no meio do casal), Cristiano Steffler II (meu Bisavô), Hermelina e Guilhano.


Seguem sucintamente algumas informações a cerca dos primeiros imigrantes:

YOHAN PETER STEFFLER - (25/02/1754 a 30/04/1796), casou-se com Maria Gertrud Jacobs Steffler (23/09/1723 a 21/01/1796), ambos alemães e pais de Cristiano Steffler I.
 
CRISTIANO/CRISTIAN STEFFLER I - (20/12/1815), nasceu em Kassel, Estado de Rheiland, Alemanha. Filho de Johann Peter Steffler e de Marie Gertrudes Jacobs Steffler, casou-se em 1842 com Marie Luise Bender, na Alemanha; e em 1846 vieram para o Brasil, fixando moradia em Picada Café.

CHRISTIAN STEFFLER I - faleceu no dia 02 de setembro em 1910, e foi sepultado no Cemitério Evangélico de Morro Boch, em Picada Café.
Marie Luise Bender Steffler, sua esposa, faleceu no dia 08 de maio de 1906, e foi sepultada no Cemitério da Picada Schneider, em IVOTI-RS; ela era filha de Antônio Bender e de Ana Marie Lenhardt Bender. O casal Cristian Steffler I e Marie Luise Bender, tiveram os filhos:Jacob, Christina, João Jacob, Daniel, Cristiano II, e Carlos (os dois últimos eram gêmeos).


1- JACOB STEFFLER - Nascido em Kastellaum, Alemanha (14 /05/1842 a 1924), veio para o Brasil com 4 anos, e era casado com Catharina Pletch. Morou em Forqueta Alta. Está enterrado no cemitério evangélico de Forqueta Alta (bisavô de Waldir e Leopoldo Steffler). .

2- CHRISTINA STEFFLER - Nascida em Kastellaum, Alemanha (12/05/1845 a 1920), veio para o Brasil com 01 ano de idade, e casou-se com João Weber.

3- JOÃO JACOB STEFFLER - Nascido em Picada Café (1855-1936), casou-se com Rosalina Alkaier ((1858-1930).

4- DANIEL STEFFLER - Nascido em Picada Café (28/12/1862 a 1946). casou-se com Emília Elizabeth Fell (1863).


5- CHRISTIANO STEFFLER II - Nascido em Picada Café (22/12/1864 a 19/05/1923), casou-se com Catharina Henz (meus bisavós = Lucia Steffler).


6- CARLOS STEFFLER – Nascido em Picada Café (22/12/1864), irmão gêmeo de Cristiano II.
 
Seguem abaixo descritos os descendentes de Christiano Steffler II e Catarina Henz Steffler (meus bisas):

CRISTIANO STEFFLER II e CATARINA moravam na Picada Arroio do Meio. Suas terras iam de Picada Arroio do Meio até o Rio Forqueta. Cristiano II está enterrado no cemitério católico de Picada Arroio do Meio. Catarina Henz Steffler está enterrada no cemitério católico de Santa Clara do Sul. O casal teve 14 filhos:

1. LEOPOLDINA STEFFLER - falec.em 1950 (avó de Ilse Ma. Dresch Pimenta);
2. ITALINA STEFFLER;
3. ALFREDO STEFFLER (12/11/1890-Arroio do Meio–Crissiumal = meu avô);
4. CATARINA STEFFLER;
5. FRANCISCO LEOPOLDO STEFFLER (1818-);
6. FLORIANO STEFFLER;
7. BENJAMIM STEFFLER;
8. GUILHANO STEFFLER;
9. HERMELINDA STEFFLER;
10.LÚCIA STEFFLER;
11.ERNESTO STEFFLER (1909-2002-Travesseiro);
12.EUGÊNIA STEFFLER (1910–2000-Forqueta);
13. JOAQUIM STEFFLER (27/11/1916 - Forqueta – Crissiumal);
14. OSVALDO STEFFLER- falecido solteiro (cemitério católico P.Arroio do Meio);



Constituição das famílias dos FILHOS do casal CRISTIANO x CATARINA:

1- LEOPOLDINA STEFFLER (a filha mais velha de Cristinao), casou com JOÃO DRESCH (de Forqueta) e teve 10 filhos: Armindo Dresch; Romilda Dresch Souza; Olinda Dresch; Olivia Dresch (?); Osmar Dresch; Ada Dresch Loch; Oscario Ernesto Dresch (pai de Ilse Maria); Alma Dresch Davies; Wilma Dresch Arnold; Werno Dresch.

2- ITALINA STEFFLER casa com FRANCISCO SCHEIDT (Rui Barbosa) tem os filhos: Irene, Ema, Waldemar, Otmar, Cláudio, Dario, Arno, Idaci (mulher), Araci (mulher).

3- ALFREDO STEFFLER casa com CAROLINA DEWES (meus avós) de Picada Arroio do Meio, depois mudam-se para Crissiumal, tem os filhos:
João Franklin, Amantino (meu pai), Thelga, Lucia, Tula, Carma e Ilário.

4- CATARINA STEFFLER casa com LEOPOLDO DRESCH (de Forqueta), tem os filhos: Arno, Bruno, Armando, Miro, Jurema, Hugo.

5- FRANCISCO LEOPOLDO STEFFLER casa com FREDERICA HELMA IMMICH STEFFLER (de Rui Barbosa), tem filhos: José Olavio, Edi, Olivetta, Lucila Maria.

6- FLORIANO STEFFLER casa com JOSEFINA ANSCHAU (de Travesseiro), tem os filhos: Cláudio, Círio, Zeno, Léo, Ivo, Romeo.

7-. BENJAMIN STEFFLER casa com PERTA DEWES, tem os filhos:
Arnaldo, Helmuth, Hilda, Nilo (falc. Em Boa Vista Buricá), Gurtula, Úrsula, Ambrosio, Daniel.

8- GUILHANO STEFFLER casado com AMANDA KREMER, tem os filhos:
Eli, Ilga, Círia, Alípio, Alécio, Áurio, Plínio, Aniva.

9- HERMELINDA STEFFLER casa com JACÓ ROCKEMBACH, tem os filhos:
Oceno, Eugênia, Olenário, Ernesto, Erno, Romeo, Laura, Lauri, Irno.

10- LÚCIA - tem a filha NIZIA ( Nizia vem a ter onze filhos, e falece em 2005, em A. do Meio).

11- ERNESTO STEFFLER casa com EMA LERMEN, tem os filhos:
Romeo, Lauro, Irineo, Marina, Norma, Asta, Inês, Lucia.

12- EUGÊNIA STEFFER - dois casamentos: o primeiro com ERMINDO ROSS MICAVEL, falecido, e tem os filhos: Bolevar e Valmir (já falecidos).
O segundo casamento com LEOPOLDO AZEVEDO, sem filhos.

13- JOAQUIM STEFFLER casa com MARIA WELDER, tem os filhos:Silvestre e Miro, falecidos.

14- OSVALDO LEOPOLDO STEFFLER - faleceu solteiro e sem filhos.

* * * * * *
Agradeço pelas informações também postadas no blog da parente Lúcia Steffler.

Rodrigo Kaiser

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Árvore Genealógica Simplificada

     Informações colhidas a respeito dos pilares de pesquisa:

Esquema simplificado* da Genealogia de minha familia.



   * Os campos no gráfico acima expresso referem-se à 1. núcleo da pesquisa; 2. pais; 3. avôs; 4. bisavôs.

     A pesquisa genealógica norteará as informações relacionadas as famílias KAISER, STEFFLER, KUNZ e DICK, buscando entender os movimentos migratórios, bem como entender qual ancestral foi o primeiro que chegou ao Brasil, enfim, compreender sua trajetória dentro do contexto riograndense. Até o momento desconhecemos em muito a história de vida de nossos antepassados. Creio ser fundamental conhecermos ao menos um pouco sobre eles, pois então teremos um breve entendimento de como chegamos ao que somos hoje.


Rodrigo Kaiser
   

Memórias


Memórias

  
      Minhas origens

Como falar de nossas origens sem lembrar de nossos antepassados. Desconsiderar isso é similar a atravessar um córrego sem utilizar um meio, como uma ponte ou barco. Comigo, não há de ser distinto. Ambos antepassados, seja por parte de meu pai ou minha mãe, vieram para o Brasil da Alemanha, embora de regiões distintas. Vou em seguida transcrever brevemente, com base em informações obtidas até então, a saga das famílias Kaiser e Kunz, das quais meus pais herdaram seus sobrenomes.
A complexidade de obter informações a respeito dos antepassados das famílias é grande, visto que a preocupação com a preservação da história das gerações passadas não foi algo considerado como primordial, principalmente na família Kaiser. Portanto, pode-se observar que há uma preocupação crescente em se reconstruir os elos das famílias, tecer a arvore genealógica. Chego a tal constatação devido à quantidade de artigos e textos publicados na web, que tentam identificar suas origens.

FAMÍLIA KAISER

A família de meu pai, Luiz Kaiser, até onde tenho informações, remete ao meu bisavô, Francisco Kaiser, que acompanhado de sua esposa, Fredolina (não sabemos a escrita do sobrenome de origem, pronuncia-se Hemin), saiu de Venâncio Aires, no estado do Rio Grande do Sul, certamente próximo a 1925, para ocupação de áreas de terras em Três Passos, no mesmo estado. Buscando a informação sobre o que motivou o deslocamento para o noroeste, meus tios não souberam indicar a motivação para tal decisão. Também não sei se meu avô nasceu em Venâncio Aires, ou em Três Passos. A falta de informações é um agravante na família, pois não há uma preocupação sobre preservar a história dos antepassados, ou seja, ninguém se faz as perguntas: “De onde eu vim? Porque estamos aqui, neste lugar? Eu sou resultado de que?” Isso dificulta em muito a minha visão sobre o passado dos Kaiser. Bom, mesmo assim, dar-se-á seqüência ao texto, com as informações que tenho.
A família de meu avô, composta por Edgar Kaiser e esposa Hilda Stefller Kaiser, adquiriu uma área de terras nas proximidades do Rio Reúno, no então município de Criciumal, na localidade de Sanga Freitas, que atualmente pertence ao município de Humaitá. Estavam dentre os primeiros colonos a ocupar a região, que munidos de machados e outros utensílios, derrubavam a mata virgem preparando-a para o plantio. A atividade agrícola já era realizada pelos pais do meu avô, em Venâncio Aires/RS. Conforme previsto por diversos autores, as famílias dos imigrantes alemães eram por deveras numerosas, estimuladas sobre tudo pela pressão nas localidades, e pela necessidade de mão de obra nas propriedades. Não há relatos sobre a utilização de trabalho escravo. Por conseguinte, meu pai (Luiz) e seus irmãos não tiveram incentivos para estudar, visto que ambos concluíram apenas as séries iniciais. Eram destinados e preparados para o trabalho braçal nas propriedades.
Eis os filhos frutos do enlace de Edgar Kaiser e Hilda Steffler: João, Antonio, Maria, Luiz, Lurdes, Reni, Alberto, Daniel e Arlindo. Destes, atualmente, todos estão vivos e casados.
 

FAMÍLIA KUNZ

Já para a história da família de minha mãe, Marlene Kunz Kaiser, eu consegui obter mais informações. Recentemente, em visita ao irmão do meu avô, Frei Lino, eu, meu irmão Roberto, e meu tio André, obtivemos informações sobre nosso ancestral que veio da Alemanha. Inicialmente obtivemos informações através de um recorte de jornal de Nova Santa Clara, relatando trechos de um diário escrito pelo tataravô de minha mãe, Anton Kunz e sua família, sobre sua saída no Rio Reno, na Alemanha, e a travessia de navio até o Brasil. Inicialmente aportaram em Recife, e em seguida chegaram ao porto de Rio Grande.
Nosso ancestral que chegou da Alemanha foi Anton Kunz, que chegou ao Brasil com sua esposa e dois filhos, Peter e Philiph. Inicialmente, a família se instalou em Dois Irmãos/RS, não sabemos onde precisamente. Posteriormente, Philiph se transferiu para a localidade de Santa Clara, nas proximidades de Lajeado/RS. Não sabemos a motivação do deslocamento para essa região, mas pode estar ligada a acessibilidade (preço baixo).
Em meados da déc de 50, séc XIX, meu avô materno, João Francisco Kunz, minha avó materna, Elza Teresa Dick Kunz, acompanhados de seus filhos, Hilário e Hedi, saíram da (então) localidade de Santa Clara, em Lajeado/RS, para ocupação de uma área de terras adquirida em Boa Vista do Buricá, então pertencente à cidade de Três de Maio/RS. Segundo relatos de minha tia, que estava junto, essa viagem de aproximados 350 km levou aproximadamente sete dias. Não sabemos o que motivou a transferência de uma região para outra, mas provavelmente deve estar ligada a facilidade de acesso a terra, ou seja, preços acessíveis para compra. Eles não foram pioneiros na localidade, pois já estavam ali estabelecidos outros colonos alemães. Segundo relatos do irmão de meu avô materno, quando a terra foi adquirida, havia nas terras um galpão já construído, que serviu de moradia no inicio. Posteriormente ele veio a ser derrubado, e as madeiras foram utilizadas para construir o estábulo. Para grande parte das terras houve necessidade de derrubada da mata virgem para preparar a terra para o plantio. A atividade agrícola também já era realizada pelos pais do meu avô materno.
Tal como descrito anteriormente, a família de meu avô materno também foi numerosa, provavelmente pelos mesmos motivos que explicitei no caso da família Kaiser. Também não há relatos sobre a utilização de trabalho escravo nas propriedades. A realização das tarefas na propriedade ficava a cargo da própria família, sendo que conseqüentemente os incentivos para estudar eram poucos, visto que todos os filhos concluíram apenas as séries iniciais.
Eis os filhos frutos do enlace de João Francisco Kunz e Elza Teresa Dick Kunz: Hilário, Hedi, Valmor, Nilo, Lucila, Iracema, Cinha, Darci, Marlene, André. 

Considerações Finais

Diante de minhas indagações: "De onde eu vim? Porque estamos aqui, neste lugar? Eu sou resultado de que?", darei seguimento a pesquisa genealógica das familias, buscando entender seus deslocamentos, as migrações, de meus antepassados a contas desde os primeiros que chegaram ao Brasil até hoje. Saliento que este documento é apenas uma breve e superficial expressão.

Rodrigo Kaiser
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